domingo, 6 de novembro de 2011



Já são quase uma da manhã e desde as dez me viro na cama. Ainda apavorada. Nem o silêncio da noite é capaz de acalmar a voz que grita em meu peito. São dias como aqueles, pesados. Dias em que o peito contrai, o ar falta para os pulmões, assim como a vida falta para a alma. Deram-me motivos para que eu pudesse acreditar no bem estar da minha vida. Entretanto, é um tanto verdade que poucos entendem quando falo sobre almas cansadas e falta de graça. É de um todo verdade também que ninguém entende aquilo que escrevo e os caminhos que trilho. Declaram a minha ingenuidade quando ando cantarolando por aí os tons bonitos que pintam o céu ao entardecer. Por isso guardei meus lírios e choro baixinho em noites como essa. Tomam aquilo que sinto e enxergo como drama, história de romance mexicano. Mas que diabos, ora essa, será que os anos não lhes falaram sobre este meu apreço pelas artes? Não fui resumida a uma artéria dramática, mas aquilo que faz meu coração pulsar é movido a dramas… Ainda que desprovidos de aplausos. E já me ponho de pé ao amanhecer, sedenta por um pingo de alma. Desvairada eu vou à procura da calma que senti um dia, mas me canso no meio da trilha sentindo já o corpo exausto. Guardei um punhado das flores que vi brotar no jardim. Tomei-as para mim, mais por medo que por apreço. Não gosto de tons escuros, por isso abri a janela. Em dias cinzas, vou colorindo os cantos com o pouquinho da graça que me resta. Mas vou lhe confessar, que ainda ando temerosa. Pintaram um retrato do meu coração com tintas prestas e frias. Pintaram a mim, com tristeza e indiferença. Andei assustada… Do pouco que sei sobre mim, tenho pura convicção que meu coração pulsa amor e colore tudo com tinta vermelha. Sei também que do frio quero apenas este que espanto com cobertas e meias quentes. Por isso estes dias, andei catando força entre as esquinas, e chorando embrulhada sob cobertor. Confesso-lhe dos meus medos, dos meus pavores. Confesso também que estas noites tristes me endureceram um pouco… Mas ando acordando, e como dito, colhendo flores. Conheci a mim deste jeito, mutável. Maleável. Escondida. Entregue… Doída.

Um comentário:

  1. Nossa! amei seu blog! amei msm!
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